segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sofia - 6

Sofia retorna ao hotel, entra no quarto, pega a bola de cristal e o suporte da mesma na bagagem. Prepara a mesa com uma vela branca acesa, incenso e a taça com água. Evoca seus Guias e concentra-se:
- Que está acontecendo com o Sr. Joventino? Por que estou nessa angústia? Mostrem-me!
Mirando o centro da bola, ela vê o amigo deitado e uma sombra sobre ele minando-lhe as forças. Concluída a visão, ela começa a meditar sobre que providências tomar a fim de ajudar o velho. Decide confeccionar um talismã.
14h01.
A cigana chega ao hospital e chama a atenção. Usa um belo vestido azul com fitas vermelhas e dirige-se à enfermaria. Ao entrar lá, seus olhos se encontram com os de uma velha negra que sorri ao vê-la. Ela lhe retribui o sorriso e encaminha-se até o leito ao lado do qual a senhora está e encontra Joventino acamado, depauperado e adormecido.
- Boa tarde! – Ela cumprimenta a velha – Eu sou Sofia.
- Eu sei, cigana. Eu sou Eulália e é um prazer conhecê-la. Jove me falou muito bem de você.
Por que será que ele anda falando sobre mim para seus familiares?
- Estive com Orlando na barraca e ele me avisou que Seu Joventino está doente. Os médicos já diagnosticaram alguma coisa?
- Dizem que é uma virose.
- O que a senhora acha?
- Que não é isso, mas como posso me medir com os doutores?
- Para mim a senhora é mais doutora do que eles. Dona Eulália, não sei como é isso para a senhora, mas seu marido não tem problema fisiológico algum. Ele está com um encosto minando-lhe as forças.
- Como sabe, cigana?
- Eu vi – Sofia percebe um riso na velha, mas não é de desconfiança; parece de confirmação de alguma coisa.
- Que podemos fazer?
- Deixe comigo.
Sofia impõe as mãos sobre Joventino e ele tem um leve tremor:
- Pense numa luz muito forte sobre ele, Dona Eulália.
Uma freira, à distância, observa indignada o procedimento da cigana.
Eulália se concentra e minutos após, Sofia conclui o trabalho.
Depois entrega à esposa do amigo um saquinho:
- Dona Eulália, dentro desse saco tem um talismã poderoso que preparei para seu marido. Ele é feito com uma pedra chamada Ônix e protege quem o usa das influências sombrias. Só Seu Joventino poderá tocar e colocá-lo no pescoço.
- Louvado seja Deus! É você?!
- Como?!
- Nada, minha filha. Depois Jove lhe conta.
- Tudo bem.
- E quanto ao encosto?
- Hoje vou resolver isso. Não se preocupe.
- Eu confio em você.
- Obrigada, Dona Eulália. Amanhã seu esposo estará bem e receberá alta.
Despedem-se e a cigana sai.
A velha se emociona apertando o saco que contém o talismã.
A freira permanece com cara de poucos amigos.

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