segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sofia - 8

Quarta-feira
Joventino acorda bem. Eulália lhe entrega o saco. Ele o abre, pega o talismã, olha-o encantado, olha para a mulher emocionado:
- É ela, Jove. Finalmente. Sofia deixou o talismã – diz Eulália.
Ele abre um sorriso de vitória e põe o objeto de poder no pescoço.
Quando o casal está saindo da enfermaria, é abordado pela freira:
- Bom dia, Seu Joventino! Bom dia, Dona Eulália!
- Bom dia, Irmã Vera! – Ambos respondem.
- Como vai, Seu Joventino?
- Estou curado, Irmã!
- Posso lhes fazer uma pergunta?
- Sim – respondem.
- Quem é aquela cigana que esteve aqui ontem?
- Sofia – responde Eulália.
- Vocês a conhecem de onde?
- Da feira – diz Joventino.
- Vocês tenham cuidado! “Quem com porcos anda, farelos come.”
- O Evangelho recomenda que não julguemos para não sermos julgados, Irmã Vera – retruca Eulália. – Melhor cuidar de sua vida. Passe bem!
O casal se retira e a religiosa bufa raivosa.
Após deixar o marido em casa com um parente, Eulália vai ao hotel procurar Sofia.
Quando as duas se encontram, abraçam-se como se conhecessem há muito tempo:
- Vim lhe agradecer pelo que fez por Jove, acertar algumas coisas e convida-la para almoçar conosco.
- Quando elejo alguém como meu amigo, é um prazer ajudar, Dona Eulália. Fizeram um feitiço contra seu esposo a fim de destruí-lo.
- Quem?
- Ainda não sei – mente a Cigana – mas isso é o que pouco importa. Vale saber que ele está bem e fora do perigo. Antes de qualquer coisa, porém, sei que tem algo a me dizer sobre minha vida. Do que se trata?
- Tenha só mais um pouquinho de paciência. Joventino me mata se eu lhe contar e voltando a falar sobre feitiçaria, não gosto de lidar com isso, mas minha mãe foi mãe-de-santo e até os meus 18 anos convivi com essas práticas. Sonhei que você estava com Alguém numa Encruzilhada negociando na noite passada. O que tem a me dizer sobre isso?
- Aconteceu, de fato, Dona Eulália.
- Então eu vim aqui para providenciarmos o pagamento. O assunto é do meu interesse.
- Tudo bem. É justo.
Ambas saem para arranjar os itens que comporão o Ebó.
Passando pelo mercado, Sofia revê Margarida. Ela trabalha como caixa.
A cigana vai cumprimentá-la e é recebida por ela com alegria. Sofia nota que ela deu um corte no cabelo e está usando batom. Está mais bonita e alegre.
- Menina, como está linda!
- Cigana – cochicha Margarida – Aquele perfume é mágico. De repente comecei a perceber que não preciso ter alguém para me arrumar. Devo ficar bela para mim mesma. Estou me sentindo muito bem e minhas amigas que jogaram com você, gostaram muito!
- A magia do perfume não é nada sem sua intenção, Margarida. Fico feliz com as mudanças que você está operando. Essa é minha amiga, Dona Eulália. Vocês se conhecem?
- Só de vista – responde Eulália.
- Dona Eulália, essa é Margarida.
Ambas se saúdam.
- Agora precisamos ir, Margarida. Temos uns assuntos a resolver. Apareça.
- Depois quero marcar com você para a gente conversar.
- Está bem.
Eulália e Sofia seguem seu caminho.
Comentários negativos e positivos chovem sobre esse encontro no mercado.


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